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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A morte me jogou na cara a transitoriedade da vida.
Na quarta falei com minha mãe, na quinta, um corpo frio ocupava meu abraço.
No domingo mostrei videos bobos e fiz meu pai rir, na segunda assisti seu corpo se contorcer com a última respiração.
A experiência da vida, pelo menos da minha, é o eterno chegar, compartilhar e dizer adeus. Sucessivas chegadas e partidas.
Eu mesma já morri diversas vezes na vida.
Morri com minha mãe, morri com meu pai.
Morri quando o romance não deu certo.
Minhas mortes me ensinaram a soltar, a fluir e a ficar mais perto de mim.
Me ensinaram também que o amor é o único sentido da vida, mas ele não te garante a presença física.
Seja quem for que estiver ao seu lado, um dia você vai ter que dizer adeus, inevitavelmente.
Então, por que não ser mais leve?
Ontem minha amiga Katerin disse que eu era a pessoa mais querida, mas também mais livre que ela conheceu em muito tempo.
Acho que deve ser por isso: eu sei que tudo vai passar. Tudo vai passar.

Izamara Abreu