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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Parecia uma declaração de amor, mas era um adeus...


Parecia uma declaração de amor, mas era um adeus...
2013 me ensinou a dizer adeus firme e sem volta, mas com leveza e sem sofrimento.
Aquele adeus que é mais da consciência que da vontade.
Dizer adeus foi reconhecer o que não veio pra ficar, foi meu aprendizado.
Um ano de chegadas e partidas, de relações transformadas.
Cada adeus me fortaleceu, me mostrou que posso confiar em mim.
Cada ponto final trouxe pro lugar da dor, o alívio.
Virar a página, fechar o livro e entregar pra doação, com o sorriso de quem reconhece que valeu, foi bom!! Mas foi.
2013 me deixou amigos, dos mais especiais, amigos são presentes e seguem junto vida adentro.
Pra 2014? um livro novo, páginas em branco.
Um ano novinho com o coração limpo e livre, com a alma inteira.
Asas nas costas, olhar cigano, coração quente e muita, muita vontade de voar.

sábado, 7 de dezembro de 2013

A seca
A água que antes transbordava, evaporou.
As folhas caem
O verde desbota
Os olhos encaram a cor da terra que sepulta lembranças.
A garganta arranha
O céu encarde
A alma se encolhe
O vento invade
A chuva lava
O tempo chega
Faz terreno fértil,
árvores se agitam, plantas brotam
novos habitantes
todo o mundo se renova, pulsante, cheio de vida.
Ali, naquele mesmo lugar.
A alma se ergue
Izamara Abreu

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Vou chorar, só hoje...
Até porque quando as lágrimas vêm assim sem controle, acabo percebendo a importância que você tem pra mim.
Lágrimas do que não foi vivido e agora, talvez, nunca mais será.
A verdade é que desisti de você na inércia e nas respostas monossilábicas.
Desisti na minha vontade reprimida e no ir e vir do seu interesse.
Na inconstância do querer, na distância.
Na minha inabilidade e no meu excesso.
Desisti na minha insignificância.
Vou chorar um pouco mais, só agora...
daqui a pouco me levanto pra vida, tenho que abrir a janela, o vento me chama!
Iza Abreu

sábado, 26 de outubro de 2013

E tenho dito...

Primeiro me tornei intolerante e grosseira. Depois fui aprendendo a achar a medida entre o respeito ao próximo e a mim mesma. Um longo caminho para quem sempre quis se adequar a tudo e a todos em busca de ser aceita, amada, para quem sempre fundou a autoestima na aceitação vinda de fora. São muitos tombos e muitas lágrimas para sair desse padrão.... levantar todos os dias e escolher se amar, e reforçar o compromisso consigo mesma de se respeitar, de não se deixar invadir. O exercício do NÃO, não, não aceito ser refém de ninguém, não admito ser objeto de jogos de poder e conquista..."Você está exagerando", "não é bem assim, você está sendo radical", desculpa, não sou burra, nem carente, e pra deixar claro, não gosto de me enganar. Horas de meditação, yoga, orações, minha dedicação a meu crescimento fazem de mim uma pessoa autentica e livre.
Sei bem que basta o descuido para que os padrões voltem, por isso, encaro cada dia como uma superação, cada passo como uma vitoria.
Escolho enfrentar e superar minhas dores, cada decisão, cada corte doloroso, são parte de minha construção, muitas vezes solitária ao olhar do outro, mas que passou a ser plena e realizada aqui dentro, desde ter percebido que solidão é me perder de mim. E tenho dito...

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Volta pra si...
me digo
Volta agora...
antes que se perca em devaneios
Volta pra dentro...
antes que te roubem de ti
Volta

Quando um amor se vai..

Penso como a vida segue
e segue nos mostrando todos os dias sua impermanência.
O incerto todos os dias apresenta sua face à segurança.
Quando um amor se vai, vem a vida nos mostrando que tudo que era tão certo, já foi.
Quando um amor de verdade se vai,
Às vezes leva com ele a esperança, a inocência
E aí o que salva é ser criativo, reinventar.
O que salva, no fim, é nossa capacidade de soltar, arrancar as cascas, se despir.
Deixar o medo e a dor no passado que devem estar.
Quando um amor se vai de verdade...
Nos pegamos caminhando em meio a escombros de castelos de sonhos, em meio a ruínas de sentimentos, em busca de algo que faça lembrar e acreditar que embora tenha deixado de ser, um dia realmente existiu.
Nesse caso o que salva é a gratidão, pois cada pedra serve para construir um caminho, uma escada. Agradecer a tudo que vivemos é plantar flores pelo caminhos de pedra.
Agradeço a cada pedra de minha estrada, foram elas que me trouxeram até aqui.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Talvez eu não seja muito normal
Ou talvez o conceito de normalidade tenha se esvaído por minhas entranhas
Talvez seja o vicio de me surpreender
De me assustar
De me desafiar
Talvez a necessidade de firmar as próprias bases
Ou talvez o desejo de destruir todas as formalidades
As bicadas nos laços, nos nós
Talvez seja o anseio do nada pesar
Do se atirar
Do mergulho
Do vôo solto

Izamara Abreu

terça-feira, 8 de outubro de 2013

 Quando fiquei assim, comigo, saboreando minha solitude, entendi como todo jogo de sedução, quando não tem alma, se torna também uma fuga de mim mesma. A gente se distrai para não ter que olhar pra dentro, para não se encarar.
Só quando mergulhei completamente em minhas dores e minhas carências, pude sair inteira. Todos os dias reforço meu compromisso comigo mesma. É um trabalho diário, o amor-próprio também exige cuidado, dedicação, curiosidade em se conhecer.
Me descubro todos os dias e, sim, me desculpe a falta de modéstia, mas olho no espelho e acredito que tenho envelhecido bem, vejo uma mulher extraordinária, com quem vale a pena passar as horas. Então, desfruto docemente de minha própria companhia. Longe da autossuficiência, aprecio estar comigo.

Hoje posso dizer que relacionamento para mim é apenas uma questão de escolha, não uma necessidade. Em vez de um jogo para suprir minhas lacunas, passou a ser um partilhar. Amor não é conto de fadas, amor é construção. Amor pra valer a pena tem que ser baseado na compreensão, no cuidado, no apoio, no respeito mútuo, tem que ter crescimento.
Tem que ser extraordinário em sua realidade.
Me cansam relacionamentos ordinários, o "gostar" morno. Me cansa a falta de amor.
Se não for pra ser inteiro, melhor simplesmente não ser.

domingo, 31 de março de 2013

FORJANDO A ARMADURA



“Nego-me a me submeter ao medo que me tira a alegria de minha liberdade,
que não me deixa arriscar nada, que me torna pequena e mesquinha,
que me amarra, que não me deixa ser direta e franca, que me persegue,
que ocupa negativamente minha imaginação, que sempre pinta visões sombrias.

No entanto não quero levantar barricadas por medo do medo.
Eu quero viver, e não quero encerrar-me.
Não quero ser amigável por medo de ser sincero.
Quero pisar firme porque estou seguro e não para encobrir meu medo.
E, quando me calo, quero fazê-lo por amor e não por temer as conseqüências de minhas palavras.

Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar.
Não quero filosofar por medo que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me, só porque tenho medo de não ser amável.
Não quero impor algo aos outros pelo medo de que possam impor algo a mim:
Por medo de errar, não quero tornar-me inativo.

Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro de novo.
Não quero fazer-me de importante por ter medo de ser ignorado.
Por convicção e amor, quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer.
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.
E quero ser do reino que existe em mim.”

Rudolf Steiner (1861-1925)

domingo, 3 de março de 2013

IV
Adormece o teu corpo com a música da vida. Encanta-te.
Esquece-te.
Tem por volúpia a dispersão.
Não queiras ser tu.
Queira ser a alma infinita de tudo.
Troca o teu curto sonho humano
Pelo sonho imortal.
O único.
Vence a miséria de ter medo.
Troca-te pelo Desconhecido.
Não vês, então, que ele é maior?
Não vês que ele não tem fim?
Não vês que ele és tu mesmo?
Tu que andas esquecido de ti?

~ Cecília Meireles, em “Cânticos”

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Deliciosa dor existencial

Chega um ponto em que a dor já não assusta, vem como benção, traz a oportunidade da transformação e da renovação. Vem para ser experienciada, sentida.
É o dia do recolhimento, da meditação, do mergulho, de encarar a história que ela conta.
É oportunidade de desabrochar para uma nova realidade.
A melhor forma de se livrar de uma situação é olhar para ela de frente.
Com a espada na mão, cortar o que for preciso.
Chega um momento em que não há mais volta, é preciso limpar, desfazer as malas e abrir espaço para o novo.
Nessa bagagem cabe muito pouco. Só o que é leve pode seguir.
Izamara Abreu

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Eu estou onde deveria estar
Eu sou quem deveria ser
Eu sou experiência divina
Eu sou fluxo de vida
Eu sou tantas sensações
Eu sou a impotência e a entrega
Eu sou aceitação
Eu sou serenidade
Eu sou a paz da rendição
Eu sou instrumento
Eu sou imperfeição
Eu sou perfeição

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

"No final da conversa alguém da platéia perguntou ao Dalai Lama: "Por que você não luta contra
os chineses? "O Dalai Lama olhou para baixo, balançou os pés apenas um pouco, em seguida, olhou de volta para nós e disse com um sorriso gentil: "Bem, a guerra é obsoleta, você sabe".
 
Então, depois de alguns momentos, com seriedade na face, ele disse: "É claro que a mente pode racionalizar revidando... mas o coração, o coração nunca iria entender.
Então você seria dividido em si mesmo, o coração e a mente, e a guerra seria dentro de você. "


"At the end of the talk someone from the audience
asked the Dalai Lama, "Why didn't you fight back against
the Chinese?" The Dalai Lama looked down, swung his feet
just a bit, then looked back up at us and said with a gentle smile, "Well, war is obsolete, you know " Then, after a few moments, his face grave, he said, "Of course the mind can rationalize fighting back...but the heart, the heart would never understand.
Then you would be divided in yourself, the heart and the mind, and the war would be inside you."