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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sri Prem Baba - apego ao sofrimento


Vagarosamente vamos subindo, um chakra após o outro.

Todos os desafios da jornada acontecem para que possamos nos acostumar com a paz. Por muito tempo estamos condicionados a ter prazer no sofrimento (por muitas vidas). Pouco a pouco, vamos realizando essa transição e vamos relembrando da linguagem do êxtase, que eu chamo de prazer positivamente orientado. Tanto tempo vivendo sob o véu de maya, condicionou a mente a sentir prazer no sofrimento. Esse é o desafio. É isso que mantém a repetição dos padrões negativos.

Se é destrutivo, porque não abrir mão? Porque é ruim, mas também é bom. O mais difícil é perceber que existe prazer nas situações negativas. Até mesmo intelectualmente, é difícil de compreender esse conceito. A pessoa pensa: “Que prazer pode haver em estar tendo dificuldades financeiras; em estar sendo rejeitado ou rejeitando de novo o meu companheiro?”; “Que prazer eu posso ter nos conflitos familiares ou em estar com o corpo adoecido?”; “Que prazer pode haver em estar mentalmente perturbado?”.

Até mesmo no plano dos conceitos, é difícil de compreender isso, mas esse é o ponto nevrálgico. É isso que sustenta toda a maldade desse mundo: é a corrente da energia vital ligada ao sofrimento.

É claro que, conscientemente, ninguém quer sofrer. Mas, eu estou falando de um condicionamento. Isso é um reflexo, ou seja, o seu corpo está condicionado. A grande maioria dos seres humanos dentro dessa faixa de evolução, só consegue sentir prazer se for numa situação negativa, o que eu chamo de prazer negativamente orientado, ou seja, o prazer em machucar e ser machucado.

Eu sei que alguns pensam: “Será possível mesmo que eu tenha prazer em uma situação negativa?”.

Cada caso é um caso. O condicionamento é instalado de acordo com o seu repertório. Alguns insistem em um padrão negativo, como uma forma de protesto, ou seja, uma forma de provar para a vida que ela foi injusta, então, a pessoa se pune e acaba sentindo prazer nesse movimento. O corpo se acostuma com essa movimentação.

Alguns insistem em uma situação negativa, como uma forma de forçar os maus pais a se tornarem bons pais, ou como uma distorção do amor (submissão ou vitimismo) para forçar a vida a dar aquilo que ela quer. “Eu não sou capaz”; “eu não sou potente”; “alguém tem que me dar.” Algumas vezes, a repetição negativa está sentada em um pacto de vingança. E, algumas vezes, é tudo isso junto. Mas, independentemente do que te levou a agir dessa maneira, o fato é que, em algum momento, o seu corpo acostumou com a sensação. Você aprendeu a sentir prazer nisso. Existe uma conexão, um investimento da sua vitalidade, nessa repetição negativa.

Eu tenho te ensinado a ter consciência de que há prazer no negativo. Porque o seu livre arbítrio é soberano. No mais profundo, é um cinzento que lhe agrada. É somente por que temos prazer, que a repetição negativa continua acontecendo. Conforme você vai aumentando a sua percepção, e começa a identificar que existe este apreço pela escuridão (que, por pior que seja, é conhecida e lhe dá um senso de identidade), você começa a arriscar abrir mão dela; você começa a arriscar a fazer diferente.

Por exemplo, em um relacionamento, você está completamente viciado em discutir com o outro. Você tem que sair vencedor na discussão e tem que ter a última palavra. Conforme vai amadurecendo, você começa a perceber a sua responsabilidade nesse conflito e, identifica que por mais errado que esteja o outro, existe algo em você que instiga essa discussão. Você percebe que há um apego; um desejo de repetir essa cena, porque é uma forma de sentir o seu corpo pulsar; é uma forma de sentir esse prazer negativamente orientado. Se você percebe isso, você começa a experimentar fazer diferente. Como seria interromper essa discussão e deixar o outro ter a última palavra? Você observa e nota que, se o outro se sente validado por você, ela passa a te validar. E, então, como é viver sem essa briga? Como é viver sem essa discussão? Como é viver com o outro que está dizendo “sim” para você?

Então, você começa a experimentar outro tipo de prazer, um prazer que nasce da paz, da calma e do silêncio. Mas, há que se acostumar com essa paz, porque a sua mente está condicionada a sentir prazer na agitação e no conflito.

Como naquele poema de Ravindranath Tagore: “Passei a vida procurando por Deus e agora encontrei a casa onde Ele mora. Mas, se eu bater na porta e Deus abrir? O que eu farei da minha vida? Tudo terá acabado!” Então, você dá as costas e sai correndo, e continua procurando por Deus, mas sabendo onde não deve procurar.

Você passou a vida com a mente condicionada a ter prazer no sofrimento. É claro que ela vai fugir de relacionamentos positivos, porque ela somente se reconhece dentro do conflito. O que será de mim, sem alguém para eu humilhar, para eu fazer se sentir menos? O que será de mim, sem alguém para me humilhar e fazer-me sentir menos? Esse é o ponto nevrálgico, é o condicionamento básico que precisa ser observado.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Ser feliz - OSHO


"Onde você estiver, é sempre o início.
É por isso que a vida é tão bela, tão jovem, tão virgem.
Algo que você deveria sempre manter, e esta é a única obrigação... é ser feliz.
Na nossa desesperança está a única esperança,
Porque na nossa ausência de desejo está a nossa única satisfação,
E por causa do nosso imenso desamparo,
De repente, toda a existência começa a nos ajudar.
Ninguém consegue parar de desejar,
mas a realidade só acontece quando o desejo pára.
Na nossa ausência de desejo está a nossa única satisfação.
Não tente forçar.
Deixe a vida fluir.
Veja os milhões de botões de flores
que Deus abre todos os dias sem fazer força alguma.
Quando você souber o que é o amor,
você estará pronto a dar.
Quanto mais você o der, mais o terá;
quanto mais você banhar os outros com ele,
mais o amor brotará em seu ser.
Pare de procurar preencher as expectativas dos outros, e pare de esperar que os outros preencham as suas.
Lembre-se: se você sofrer, você estará sofrendo por sua causa; se os outros sofrem, eles sofrem por causa deles. Ninguém sofre por causa dos outros – lembre-se disso profundamente. Somente então você será capaz de ser realmente sincero para com seu ser interior.
Se sua vida não é feliz, então, saiba que você está vivendo da maneira errada.
O sofrimento é o critério de se estar errado; e a felicidade é o critério de se estar certo - não há nenhum outro critério.
Quando você tiver tido um pequeno vislumbre de que você é o criador de sua própria miséria, será muito difícil para você, continuar a criá-la então.
É fácil viver na miséria quando você sabe que os outros a estão criando – o que fazer? Você não tem saída. Eis porque vivemos jogando ass responsabilidades nos outros.
Ninguém pode satisfazer suas expectativas; ninguém está aqui para satisfazer suas expectativas. Todo mundo está aqui para satisfazer as próprias expectativas; ninguém está aqui para satisfazer ninguém. Todo mundo está aqui para satisfazer a si mesmo, mas você espera que os outros o satisfaçam e os outros esperam que você os satisfaça. Então existe conflito, violência, luta e miséria."
Uma vez que você abandone as expectativas, você aprendeu a viver. Então tudo o que acontece o deixa satisfeito, seja o que for. Você nunca fica frustrado, simplesmente porque em primeiro lugar você não estava esperando nada. Assim, a frustração é impossível. A frustração é uma sombra da expectativa. Com o abandono da expectativa, a frustração cai por sua própria conta.”
Não fique preocupado com críticas e não se interesse por elogios. Se você estiver interessado em ser elogiado pelos outros, então você não poderá ficar sem se importar com as críticas. Permaneça à distância. Elogio ou crítica , é a mesma coisa. Sucesso ou fracasso, é a mesma coisa."

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ver é aceitar – Eu e Bhagavan


Quando estive no Oneness Temple, na India, em um dos Darshans com Bhagavan (encontros semanais que tínhamos com ele, nos quais algumas perguntas eram selecionadas para serem respondidas por ele). Eu fiz a seguinte pergunta: "Bhagavan, o que eu faço para me aceitar? E, me aceitando, devo mostrar aos outros o meu eu verdadeiro, ou posso continuar atuando como se fosse quem mostro ser hoje?" Essa pergunta teve um contexto, eu entrei em contato com minha sombra...
A resposta dele foi:
"Ver é aceitar, se você está vendo, significa que você já aceitou. O que você tem a fazer é não julgar, não tentar mudar. O conteúdo não importa, o que você viu não é importante. Você deve olhar sua vida como um expectador que assiste um filme, sem julgar. Aproveite o filme. Pois, afinal, your life is the best movie (sua vida é o melhor filme".
Izamara
Balwant jeet

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ainda sobre o amor - OSHO


A FONTE DO AMOR
"Aqueles que encontraram a fonte do amor dentro de si mesmos não têm mais necessidade de serem amados - e eles serão amados.
Eles amarão por nenhuma outra razão além de simplesmente terem muito amor - assim como uma nuvem de chuva quer chover, assim como uma flor quer desprender seu perfume, sem desejo de conseguir qualquer coisa.
A recompensa do amor está em amar, não em conseguir amor.
E estes são os mistérios da vida: se uma pessoa é recompensada simplesmente por amar, muitas a amarão, porque, por estarem em contato com ela, lentamente começarão a descobrir a fonte dentro de si mesmas.
Agora elas conhecem pelo menos uma pessoa que irradia amor e cujo amor é fruto de nenhuma necessidade.
E quanto mais ela compartilha e irradia seu amor, mais ele cresce."