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terça-feira, 30 de outubro de 2012


"Mas todo o seu amor está dependente dessas coisas tão pequenas – o tamanho do nariz, os olhos, a cor dos cabelos, as proporções do corpo. Essas coisas nada têm a ver com o amor.
         O amor é um sentimento de harmonia, de consonância com um indivíduo.

Então, esta não é apenas uma questão entre o mestre e o discípulo. Em todos os seus relacionamentos se você esperar e observar por um momento de harmonia com a existência, você perceberá que estão acontecendo coisas que você nunca seria capaz de fazer.
         Muitas flores são possíveis, muitos poemas e canções são possíveis. Muitas estrelas estão nascendo a partir da harmonia, esperando e estando alertas.
         Coisas estão acontecendo, mas você necessita estar consciente.
         Muitas vezes as coisas estão acontecendo, mas você não está consciente. Você perde aquilo que lhe seria de direito, só porque você está dormindo.
         O meu ensinamento é basicamente deixar acontecer. As coisas que só acontecem se forem feitas são mundanas. Eu não sou contra elas, mas elas não são a parte essencial de sua vida.
         Se você quiser ter uma bela casa, você terá que construí-la; ela não vai acontecer do nada. Mesmo se você for um Cientista Cristão e acreditar no ‘Pense e Enriqueça’, isso não irá ajudar. Mas essas coisas são não-essenciais.
         Coisas essenciais, como o amor, alegria, o senso de humor, a paz que chega com a compreensão, a jornada interior para encontrar a si mesmo... Essas são as coisas essenciais que não podem ser feitas, que você precisa aprender a permitir que elas aconteçam.
         Assim mantenha uma idéia clara: aquilo que precisa ser feito, deve ser feito; e aquilo que precisa se permitir para que aconteça, deve ser permitido acontecer, nunca interfira nisto.
         E lembre-se sempre: o essencial é aquilo que acontece por si mesmo e o não-essencial é aquilo que você faz. O seu fazer não pode ser algo sagrado.
         É por isto que eu digo que todos os templos e todas as igrejas, todas as estátuas de Deus feitas pelo homem são mundanos. Tudo o que é feito pelo homem não pode ser maior que o homem. Isto é uma aritmética simples. O que é mais elevado que o homem sempre acontece por si mesmo, está além do seu fazer.
         Você está sempre no final, recebendo. Você simplesmente precisa estar aberto, receptivo e agradecido à existência.”

 OSHO – Beyond Enlightenment- Disc. 11 – pergunta n° 4
 Tradução: Sw. Bodhi Champak

Copyright © 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos os direitos reservados.

texto completo em: http://www.oshobrasil.com.br/texto49.htm

segunda-feira, 22 de outubro de 2012


















"Nosso medo mais profundo
Não é o de sermos inadequados.

Nosso medo mais profundo
É que somos poderosos além de qualquer medida.


É a nossa luz, não as nossas trevas,
O que mais nos apavora.


Nós nos perguntamos:
Quem sou eu para ser Brilhante,
Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso?
Na realidade, quem é você para não ser?


Você é filho do Universo.
Você se fazer de pequeno não ajuda o mundo.
Não há iluminação em se encolher,
Para que os outros não se sintam inseguros
Quando estão perto de você.


Nascemos para manifestar
A glória do Universo que está dentro de nós.
Não está apenas em um de nós: está em todos nós.


E conforme deixamos nossa própria luz brilhar,
Inconscientemente damos às outras pessoas
Permissão para fazer o mesmo.


E conforme nos libertamos do nosso medo,
Nossa presença, automaticamente, libera os outros."

Marianne Williamson

quarta-feira, 17 de outubro de 2012


"Meditação é ver claramente o corpo que temos, a mente que temos, a situação doméstica que temos, o trabalho que temos, e as pessoas que estão em nossas vidas.
É ver como reagimos a todas essas coisas.
É ver nossas emoções e pensamentos simplesmente como são agora, neste exato momento, neste exato lugar, neste exato assento.
Não tem a ver com tentar fazer algo ir embora, nem tentar se tornar melhor do que somos, mas ver claramente com precisão e gentileza. (…)

Isso não é um projeto de aprimoramento; não é uma situação em que você tenta ser melhor do que você é agora. Se você tem um temperamento ruim e você sente que agride a si mesmo e aos outros, você pode pensar que sentando em meditação por uma semana ou um mês fará seu temperamento ruim acabar — que você será aquela pessoa doce que você sempre quis ser. Que nunca mais uma palavra dura irá sair dos seus lábios de lírio branco.
O problema é que o desejo de mudar é fundamentalmente uma forma de agressão contra si mesmo.

O outro  problema é que nossos curtos circuitos, felizmente ou infelizmente, contém nossa riqueza. Nossas neuroses e nossa sabedoria são feita do mesmo material.
Se você jogar fora sua neurose, você também vai jogar fora sua sabedoria.
Alguém que é muito agressivo também tem muita energia; aquela energia é o que enriquece.
É a razão pela qual as pessoas amam aquela pessoa. O objetivo não é tentar se livrar da sua raiva, mas de fazer as pazes com ela, de ver claramente com precisão e honestidade, e também de ver com gentileza.
Isso significa não julgar você mesmo como uma pessoa má, mas também não forçar a si mesmo dizendo que “é bom que eu esteja com raiva deles” o tempo todo.
A gentileza envolve não reprimir a raiva mas também não atuar contra ela. É algo muito mais sutil e mais coração aberto do que isso.
Envolve o aprendizado de si mesmo, tão logo perceba totalmente o sentimento de raiva e o conhecimento de quem você é, do que você faz, de soltar e deixar ir.
Você pode se soltar da rotineira historinha ridícula que acompanha a raiva e pode começar a ver claramente como você mantém a coisa toda acontecendo.
Por isso, seja raiva ou desejo ou ciúme ou medo ou depressão – o que quer que seja – a idéia não é de tentar se livrar disso, mas de fazer amizade com isso. Significa conhecer isso completamente, com certo tipo de suavidade, e aprender como, uma vez experimentado inteiramente, deixá-lo ir embora.”

~ Pema Chödrön, em “The Wisdom of No Escape and The Path to Loving-Kindness”, 1991 (pags 18 e 19)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cartas de Cristo



Sempre gostei muito de livros, mas há algum tempo não consigo ler. Não há leitura que me prenda. Começo e logo abandono.
Isso nunca foi muito natural para mim, que lia até o fim, mesmo que não me agradasse.
Hoje leio, gosto....e abandono.


No fim de semana um livro me escolheu.
Cartas de Cristo - A Consciência Crística Manifestada.
Comecei a ler hoje e não consigo me descolar dele.
É como se todos os questionamentos, aflições de uma vida estivessem expostos e respondidos...tudo em minhas mãos.
E mais...as respostas que até hoje vieram ao meu coração, estão ali, como uma confirmação.
São nove cartas, nas quais Cristo, se utilizando de um "Canal" que se mantem no anonimato, revela à humanidade sua verdadeira história.
Daqui pra frente, não sei como será a leitura. Mas posso afirmar que estou tocada desde a primeira carta.

 http://www.cartasdecristobrasil.com.br/index.php

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Brincar de viver em Bsb

Hoje vou dar um tempo nos ensinamentos. De que valem os ensinamentos, pensamentos e teorias, se a gente não aplica? Vou dividir um pouco meu brincar de viver em Brasília. Há tempos penso em prestar uma homenagem a essa cidade que amo tanto, mas amo tanto mesmo! Sou completamente apaixonada por Brasília. Cada vez que viajo, volto um tiquinho mais apaixonada e com mais certeza de que meu lugar é aqui.
Personificando Brasilia, posso dizer que ela se apresenta com um certo ar de indiferença, de quem não dá a mínima para você e que você pode ir saindo, pois aqui não há nada interessante. E por um ou outro motivo você vai ficando, vai ficando, até que um dia se vê viciado na falta de esquinas, na peculiaridade de cada quadra, de cada região. Tem gente que vive aqui com vontade de ir. Quando vai, vive lá, com vontade de voltar. Não há como eu respirar muito tempo fora daqui. Todos os dias ela me revela uma novidade mais gostosa, vinda da vontade de tanta gente, de tanto canto diferente, que escolhe aqui pra tentar expressar um pouco de si, cada um procurando seu lugar.
Adoro passear pelos cantos escondidos, criativos, inusitados, encantadores, divertidos.
Sim, há o que fazer, há tanto o que fazer que dá trabalho escolher!
Adoro brincar de ser um pouco indiferente igual a ela...e como quem não quer nada, chega pra ficar

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Se você soubesse...
A força de quem é capaz de encarar, embalar e acolher a própria dor até que ela se cale.
O poder de alguém que põe a mão no peito, respira e sente ali mesmo a felicidade plena.
A inabalável confiança daquele que sustenta seu próprio coração, que alimenta seu próprio sorriso.
Se pudesse reconhecer...
Que demonstrações de amor podem não ser cobranças, mas doações
Se você pudesse aprender a ser livre para ser você mesmo e agir apenas com isso, sem se medir pelo outro
Se deixasse de lado o medo de encarar sua própria vontade, abraçando seus desejos e dançando com a vida
Se assumisse o risco da rejeição...mas que rejeição? Se quando olhar para si vai encontrar todo amor de que necessita?
Talvez você entendesse...
Que amor não pesa
Que estar ao lado é muito mais uma questão de experimentar o outro como ele é.
Que estar com alguém só vale quando você pode dar a mão sem se escorar nele.
Que não há prisão maior que um relacionamento que tem como base seus medos e carências.
Viva a liberdade do amor próprio!
Viva o prazer do amor ao próximo!

Izamara Abreu



terça-feira, 11 de setembro de 2012





Nexo

Olhando daqui, percebo que pessoas e circunstâncias tiveram um propósito maior na minha vida do que muitas vezes, no momento de cada uma, eu soube, pude, aceitei, ler. Parece-me, agora, que cada uma, no seu próprio tempo, do seu próprio modo, veio somar para que eu chegasse até aqui, embora algumas vezes, no calor da emoção da vez, eu tenha me rendido à enganosa impressão de que veio subtrair. A vida tem uma sabedoria que nem sempre alcanço, mas que eu tenho aprendido a respeitar, cada vez com mais fé e liberdade.

O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura. A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma. A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos. 

Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui e sou grata a tudo, invariavelmente. Curvo meu coração em reverência a todos os mestres, espalhados pelos meus caminhos todos, vestidos de tantos jeitos, algumas vezes disfarçados de dor.

Eu mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar, mas ainda não passei a acreditar em acaso.

Ana Jacomo

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


    "Toda a vida é feita de polaridades: positivo e negativo, nascimento e morte, homem e mulher, dia e noite, verão e inverno. Toda a vida consiste em opostos polares. Mas esses opostos não são apenas polares, são também complementares. Eles se ajudam um ao outro, dão apoio um ao outro.
    Eles são como tijolos que formam uma arcada. Os tijolos de uma arcada têm que ser colocados uns contra os outros. Parecem estar um contra o outro, mas é por meio da oposição deles que a arcada é construída, que ela permanece firme. A resistência da arcada depende da polaridade dos tijolos colocados em oposição uns aos outros. 
    
Esta é a polaridade máxima: meditação significa a arte de estar sozinho e amor significa a arte de estar junto. A pessoa completa é aquela que conhece ambas as artes e é capaz de se mover de uma para a outra com a maior facilidade possível. E exatamente como a inspiração e a expiração - não há dificuldade. Elas são opostas - quando vocês inspiram o ar, é um processo; quando expiram o processo é exatamente o oposto. No entanto, inspiração e expiração formam uma respiração completa.
    Na meditação, vocês inspiram; no amor, expiram. Com o amor e a meditação juntos, sua respiração estará completa, inteira, total.
    Durante séculos, as religiões tentaram atingir um pólo com a exclusão do outro. Existem religiões de meditação como, por exemplo, o jainismo e o budismo - são religiões meditativas, estão enraizadas na meditação. E existem religiões bhakti, religiões de devoção: o sufismo, o hassidismo - que estão enraizadas no amor. A religião baseada no amor precisa de Deus como o 'outro' a quem amar, a quem rezar. Sem um Deus, a religião de amor não consegue existir, é inconcebível - vocês precisam de um objeto de amor. Porém, uma religião de meditação consegue existir sem o conceito de Deus; essa hipótese pode ser descartada. Por isso o Budismo e o Jainismo não acreditam em Deus algum. Não há necessidade de um outro. A pessoa tem apenas que saber como ficar só, como permanecer silenciosa, como ficar quieta, como estar absolutamente calma e quieta dentro de si mesma. O outro tem que ser completamente abandonado, esquecido. Por isso, essas são religiões atéias.
    Quando pela primeira vez os teólogos ocidentais entraram em contato com as literaturas budistas e jainistas, eles ficaram bastante confusos: como chamar de religião a essas filosofias atéias? Poderiam ser chamadas de filosofias, mas como chamá-las de religião? Isso era inconcebível para os teólogos, pois as tradições judaico e cristã consideram que, para alguém ser religioso, Deus é a hipótese mais fundamental. A pessoa religiosa é aquela temente a Deus, mas os budistas e jainistas dizem que não existe Deus; Assim a questão de temer a Deus não existe.
     No Ocidente, durante milhares de anos, pensava-se que a pessoa que não acreditava em Deus era um ateu, não era uma pessoa religiosa. Mas Buda era ateu e religioso. Essa idéia soava muito estranha para os ocidentais porque eles nem sequer imaginavam que existiam religiões que tinha como base a meditação.
     E o mesmo é verdadeiro para os seguidores de Buda e Mahavira. Eles riem da tolice das outras religiões que acreditam em Deus, porque essa idéia como um todo é absurda. É apenas fantasia, imaginação, nada mais; é uma projeção. Mas para mim, ambas são, ao mesmo tempo, verdadeiras.
     Minha compreensão não está baseada em um único polo; minha compreensão é fluida. Eu saboreei a verdade de ambos os lados: eu amei totalmente e meditei totalmente. Esta é a minha experiência: a de que uma pessoa está completa só quando conhece os dois polos. Senão, ela é apenas uma metade; algo fica faltando nela.
     Buda é uma metade - Jesus também. Jesus conhecia o que é o amor, Buda conhecia o que é a meditação; mas, se eles se encontrassem, seriam impossível se comunicarem entre si. Um não compreenderia a linguagem do outro. Jesus falaria sobre o reino de Deus e Buda começaria a rir: 'Que absurdo é esse que você está dizendo? O reino de Deus?' Buda diria apenas: 'Cessação do eu, desaparecimento do eu'. E Jesus: 'Desaparecimento do eu? Cessação do eu? Isso é cometer suicídio, o suicídio máximo. Que espécie de religião é essa? Fale do Eu Supremo!'
      Um não entenderia as palavras do outro. Se alguma vez eles tivessem se encontrado, precisariam de um homem como eu como intérprete; caso contrário não haveria comunicação entre eles. Eu teria de interpretar de tal maneira que acabaria sendo infiel a ambos! Jesus falaria em 'reino de Deus', que eu traduziria por 'nirvana' - então Buda poderia entender. Buda diria 'nirvana' e, para Jesus, eu diria 'reino de Deus' - então ele poderia compreender.
      Agora a humanidade precisa de uma visão total. Nós já vivemos com visões parciais por muito tempo. Essa foi uma necessidade do passado, mas agora o homem amadureceu. Os meus sannyasins têm de provar que podem meditar e rezar ao mesmo tempo; que podem meditar e amar ao mesmo tempo; que podem estar tão silenciosos quanto possível e que podem celebrar e dançar tanto quanto possível. Seu silêncio tem de se tornar a sua celebração, e sua celebração tem que se tornar o seu silêncio. Eu lhes dei a tarefa mais difícil que já foi dada a um discípulo, porque esse é o encontro dos opostos.
      E nesse encontro, todos os outros opostos vão se fundir e tornar-se um: Oriente e Ocidente, homem e mulher, matéria e consciência, este mundo e o outro mundo, vida e morte. Todos os opostos vão se encontrar e fundir-se por meio desse encontro, pois essa é a polaridade máxima; ela contém todas as polaridades.
      Esse encontro criará um novo ser humano - Zorba, o Buda. Esse é o nome que eu dou ao novo homem. E cada um dos meus sannyasins precisa fazer todos os esforços possíveis para se transformar nessa liquidez, nesse fluxo, de modo que os dois polos façam parte deles.
      Assim, vocês terão sentido o gosto da totalidade. E conhecer a totalidade é o único meio para se conhecer o que é o sagrado. Não há outro meio"
OSHO, Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto
Copyright © 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos os direitos reservados.

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Certo dia, encontrei uma amiga que não via há muitos anos, mas por quem sempre guardei um carinho especial.
Começamos a colocar os assuntos em dia, a contar por onde andamos e o que fizemos ao longo de todos os anos sem notícias uma da outra.
Trilhamos caminho muito diferentes. Ela... após um relacionamento muito longo, foi embora para outro país e, de lá, rodou o mundo. Eu... me casei e passei todos esses anos vivenciando a experiência de me relacionar com outra pessoa.
Durante nossa conversa, ela me disse que não gostaria de se relacionar novamente até que se sentisse preparada para viver o tipo de relação na qual acredita. Pois, assim que iniciava um envolvimento "mais sério", ela começava a ter sentimentos e sensações desagradáveis, como ciúmes, insegurança. E quando se deparava com esses sentimentos, preferia acabar logo e permanecer sozinha até que estivesse preparada para não sentir mais tudo isso.
Segundo ela, em uma relação cada um deve ter liberdade de ser ele mesmo, liberdade de ir e vir e respeito pelas necessidades do outro.
Sim, eu também acredito que uma relação entre duas pessoas, seja qual for a natureza da relação, deve ser exatamente assim. O que eu não acredito é que você possa aprender sozinho o que você só encontra dentro de um relacionamento, sem viver e experienciar todas as sensações desagradáveis que ele traz consigo.
Um ser humano só consegue andar depois de cair algumas vezes, só aprende a falar depois de tentar muito.
Há prodígios em todas as áreas, mas eles são exceções.
Eu só aprendi a lidar com meu ciúmes depois de sentir muito ciúmes. Só aprendi a lidar com minha insegurança depois de sentir muita insegurança. Só aprendi a lidar com minha possessividade depois de ter sido muito possessiva. Somente depois vivenciar e experienciar cada um desses sentimentos, aprendi a lidar com eles.
O ciúmes, a possessividade, a insegurança ainda me visitam. Mas eu não tenho mais porque fugir. Eu observo, sinto, aprecio e, aos poucos, eles vão perdendo o vigor, enfraquecendo, se esvaindo...
Izamara Abreu


“Aquele que está desperto.sofre, portanto não há sofrimento.
Aquele que não está desperto foge do sofrimento, portanto há sofrimento.”
Sri Amma Bhagavan
tradução: Alessandra Calor

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Porque sofremos junto com os outros. Será por amor?


"Certa vez um amigo me chamou para conversar sobre seu filho. Estava muito preocupado com o rapaz que andava deprimido já havia um certo tempo.  O pai não sabia o que fazer, como ajudar, e sofria ao pensar na situação do filho. Falei que ele poderia recomendar ao filho um trabalho terapêutico que seria de grande ajuda, caso o rapaz aceitasse. Caso não aceitasse, não havia nada a ser feito, a não ser aguardar pacientemente.

 Dei uma outra recomendação importante. Que ele mesmo buscasse um trabalho terapêutico, para que ficasse em paz diante do sofrimento do filho, mesmo que o rapaz não quisesse ser ajudado. Falei que seria muito bom que ele ficasse bem, ainda que seu filho estivesse atravessando uma fase difícil.

 Nesse momento, ele me falou que tinha uma relação muito estreita como filho e que por gostar muito dele, não conseguiria vê-lo daquele jeito e ficar em paz ao mesmo tempo. Surgiu então uma crença muito comum: a crença de que quando alguém que nos amamos está sofrendo, temos que sofrer também e não podemos ficar em paz. Essa crença traz outras implicações, que são também crenças e pensamentos nos prendem ao sofrimento:

- Se eu fico em paz enquanto meu filho tem um problema sério, significa que não o amo

- Se eu estiver feliz enquanto ele tem um problema, isso significa que não me importo com ele.

- Se eu ficar em paz, não vou tomar nenhuma atitude para ajudá-lo.

- As pessoas só agem para ajudar alguém quando eles sofrem ao ver o outro sofrer

- Se elas não sofrem, é porque são pessoas frias e sem sentimentos

- É preciso sofrer junto com o outro para se importar e fazer algo por ele

- Não quero ser uma pessoa, fria, egoísta, ou insensível, por isso eu tenho que sofrer junto com ele

- Sinto culpa em estar feliz enquanto o outro sofre

- Ficar infeliz junto com o outro é uma forma de não sentir essa culpa

- Não sofrer junto com o outro é abandonar e trair o outro


 Expliquei que tudo isso são crenças extremamente comuns, as quais já vi se repetir em dezenas de atendimentos que fiz, que servem apenas para produzir mais infelicidade. Nosso sofrimento não ajuda ninguém. Pelo contrário, sempre acaba atrapalhando. Seja a nós mesmos, seja ao outro pois acabamos por se insistentes, preocupados demais e não respeitando o direito que ele tem de não buscar ajuda. Quando há sofrimento e insistência de nossa parte,  queremos que o outro mude logo, assim também acabaremos com o nosso sofrimento.  Parte dessa motivação em ajudar acaba sendo bastante egoísta.

 O que então pode nos impulsionar a ajudar os outros, se estamos plenamente felizes e  em paz? O amor nos impulsiona. Ponto. Não precisamos de nenhum tipo de sofrimento pra isso. O bebezinho nasce e nós sentimos um irresistível impulso de cuidar e ajudar. E quanto mais estamos felizes, melhores serão nossas atitudes e melhor será nossa ajuda.

 O ego nos convence que precisamos sofrer junto com o outro e com isso acabamos fazendo parte do problema. Quem está infeliz, está fazendo parte do problema. É como se quiséssemos ajudar alguém a sair de um buraco de uma maneira equivocada. Estamos fora do buraco, aí entramos dele e pedimos que a pessoa suba em nossos ombro para que ela possa sair. Por alguma razão, ela não tem forças e não consegue. Agora, são dois dentro do buraco. Continuamos a insistir, a pessoa sem forças não consegue e nós acabamos por ficar lá dentro com ela.

 Famílias inteiras entram dentro do buraco quando tem algum membro com um problema mais sério, principalmente em casos de depressão, vícios e outra questões emocionais graves. Os membros da família sempre querem que o familiar doente busque ajuda. Insistem, ficam com raiva, preocupados, tristes, e isso nunca tem o poder de convencer aquela que não quer ser ajudado.

 Os familiares ligam para o terapeuta (já recebi muitas ligações e emails assim) dizendo que o filho, ou a mãe precisa de ajuda urgente, e perguntam como é o trabalho, quanto custa, falam que vão pagar e etc.  Como não foi o próprio "precisado" que entrou em contato para buscar ajuda, já sinto que aquilo provavelmente não dará em nada.

 Não vou dizer que é impossível, mas é muito raro que alguém consiga encaminhar o outro que não quer ser ajudado. Podemos apenas sugerir e deixar que ele procure o caminho. Quando um adulto quer, ele mesmo liga e agenda. Em alguns casos, pode ser que peça pra alguém pra fazer isso por ele. Mas quando o desejo não parte da pessoa em dificuldades, ela não chega até o tratamento, ou então chega e rapidamente abandona.

 Quando recebo emails ou telefonemas nesse sentido e sinto o sofrimento de quem está querendo ajudar, costumo indicar que a própria pessoa que ligou faça um trabalho. E como se eu dissesse "você entrou dentro do buraco, é importante que você saia, até para gerar um equilíbrio maior a família". Quanto mais pessoas sofrendo, pior para aquela família; óbvio.

 A melhor forma de ajudar surge quando estamos e paz. Você olha alguém para dentro do buraco, e lá de cima, oferece sua mão para que a pessoa saia. Ela não consegue, aí você coloca uma escada e deixa lá a disposição. Mesmo assim, tem alguns que não sobem. E são muitas as razões inconscientes que levam alguém a agir dessa forma. Nem mesmo a própria pessoa sabe, nem enxerga que está se sabotando. Não passa pela lógica racional. Jamais conseguiremos entender plenamente o que se passa. É preciso que a própria pessoa acorde e tome a decisão de sair do buraco aceitando a ajuda oferecida.

 Quando tentamos convencer a todo custo, falando demais, brigando, insistindo, o efeito costuma ser o contrário e a tendência é que a pessoa se feche para ajuda cada vez mais. Estamos na verdade, em parte, querendo acabar com o nosso próprio sofrimento, pois precisamos que o outro mude para ficarmos em paz. Quando descobrimos que podemos ter a nossa paz interior independente do outro, surge o desapego. Não é desinteresse, e sim, desapego. Estaremos prontos para ajudar, mas sem aquela vibração de necessidade, medo, desespero e até raiva do outro durante a espera. Nesse estado não há também o sentimento de culpa em estar bem enquanto o outro está mal.

 Respeitar a decisão do outro (ainda que seja uma decisão inconsciente) de permanecer dentro do buraco é um ato de amor e consideração. Aguardar pacientemente, de forma desapegada, é também um ato de amor. Quando agimos dessa forma, nosso poder de influência se torna bem maior, por mais que pareça o contrário."

Andre Lima - www.eftbr.com.br


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sri Prem Baba - apego ao sofrimento


Vagarosamente vamos subindo, um chakra após o outro.

Todos os desafios da jornada acontecem para que possamos nos acostumar com a paz. Por muito tempo estamos condicionados a ter prazer no sofrimento (por muitas vidas). Pouco a pouco, vamos realizando essa transição e vamos relembrando da linguagem do êxtase, que eu chamo de prazer positivamente orientado. Tanto tempo vivendo sob o véu de maya, condicionou a mente a sentir prazer no sofrimento. Esse é o desafio. É isso que mantém a repetição dos padrões negativos.

Se é destrutivo, porque não abrir mão? Porque é ruim, mas também é bom. O mais difícil é perceber que existe prazer nas situações negativas. Até mesmo intelectualmente, é difícil de compreender esse conceito. A pessoa pensa: “Que prazer pode haver em estar tendo dificuldades financeiras; em estar sendo rejeitado ou rejeitando de novo o meu companheiro?”; “Que prazer eu posso ter nos conflitos familiares ou em estar com o corpo adoecido?”; “Que prazer pode haver em estar mentalmente perturbado?”.

Até mesmo no plano dos conceitos, é difícil de compreender isso, mas esse é o ponto nevrálgico. É isso que sustenta toda a maldade desse mundo: é a corrente da energia vital ligada ao sofrimento.

É claro que, conscientemente, ninguém quer sofrer. Mas, eu estou falando de um condicionamento. Isso é um reflexo, ou seja, o seu corpo está condicionado. A grande maioria dos seres humanos dentro dessa faixa de evolução, só consegue sentir prazer se for numa situação negativa, o que eu chamo de prazer negativamente orientado, ou seja, o prazer em machucar e ser machucado.

Eu sei que alguns pensam: “Será possível mesmo que eu tenha prazer em uma situação negativa?”.

Cada caso é um caso. O condicionamento é instalado de acordo com o seu repertório. Alguns insistem em um padrão negativo, como uma forma de protesto, ou seja, uma forma de provar para a vida que ela foi injusta, então, a pessoa se pune e acaba sentindo prazer nesse movimento. O corpo se acostuma com essa movimentação.

Alguns insistem em uma situação negativa, como uma forma de forçar os maus pais a se tornarem bons pais, ou como uma distorção do amor (submissão ou vitimismo) para forçar a vida a dar aquilo que ela quer. “Eu não sou capaz”; “eu não sou potente”; “alguém tem que me dar.” Algumas vezes, a repetição negativa está sentada em um pacto de vingança. E, algumas vezes, é tudo isso junto. Mas, independentemente do que te levou a agir dessa maneira, o fato é que, em algum momento, o seu corpo acostumou com a sensação. Você aprendeu a sentir prazer nisso. Existe uma conexão, um investimento da sua vitalidade, nessa repetição negativa.

Eu tenho te ensinado a ter consciência de que há prazer no negativo. Porque o seu livre arbítrio é soberano. No mais profundo, é um cinzento que lhe agrada. É somente por que temos prazer, que a repetição negativa continua acontecendo. Conforme você vai aumentando a sua percepção, e começa a identificar que existe este apreço pela escuridão (que, por pior que seja, é conhecida e lhe dá um senso de identidade), você começa a arriscar abrir mão dela; você começa a arriscar a fazer diferente.

Por exemplo, em um relacionamento, você está completamente viciado em discutir com o outro. Você tem que sair vencedor na discussão e tem que ter a última palavra. Conforme vai amadurecendo, você começa a perceber a sua responsabilidade nesse conflito e, identifica que por mais errado que esteja o outro, existe algo em você que instiga essa discussão. Você percebe que há um apego; um desejo de repetir essa cena, porque é uma forma de sentir o seu corpo pulsar; é uma forma de sentir esse prazer negativamente orientado. Se você percebe isso, você começa a experimentar fazer diferente. Como seria interromper essa discussão e deixar o outro ter a última palavra? Você observa e nota que, se o outro se sente validado por você, ela passa a te validar. E, então, como é viver sem essa briga? Como é viver sem essa discussão? Como é viver com o outro que está dizendo “sim” para você?

Então, você começa a experimentar outro tipo de prazer, um prazer que nasce da paz, da calma e do silêncio. Mas, há que se acostumar com essa paz, porque a sua mente está condicionada a sentir prazer na agitação e no conflito.

Como naquele poema de Ravindranath Tagore: “Passei a vida procurando por Deus e agora encontrei a casa onde Ele mora. Mas, se eu bater na porta e Deus abrir? O que eu farei da minha vida? Tudo terá acabado!” Então, você dá as costas e sai correndo, e continua procurando por Deus, mas sabendo onde não deve procurar.

Você passou a vida com a mente condicionada a ter prazer no sofrimento. É claro que ela vai fugir de relacionamentos positivos, porque ela somente se reconhece dentro do conflito. O que será de mim, sem alguém para eu humilhar, para eu fazer se sentir menos? O que será de mim, sem alguém para me humilhar e fazer-me sentir menos? Esse é o ponto nevrálgico, é o condicionamento básico que precisa ser observado.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Ser feliz - OSHO


"Onde você estiver, é sempre o início.
É por isso que a vida é tão bela, tão jovem, tão virgem.
Algo que você deveria sempre manter, e esta é a única obrigação... é ser feliz.
Na nossa desesperança está a única esperança,
Porque na nossa ausência de desejo está a nossa única satisfação,
E por causa do nosso imenso desamparo,
De repente, toda a existência começa a nos ajudar.
Ninguém consegue parar de desejar,
mas a realidade só acontece quando o desejo pára.
Na nossa ausência de desejo está a nossa única satisfação.
Não tente forçar.
Deixe a vida fluir.
Veja os milhões de botões de flores
que Deus abre todos os dias sem fazer força alguma.
Quando você souber o que é o amor,
você estará pronto a dar.
Quanto mais você o der, mais o terá;
quanto mais você banhar os outros com ele,
mais o amor brotará em seu ser.
Pare de procurar preencher as expectativas dos outros, e pare de esperar que os outros preencham as suas.
Lembre-se: se você sofrer, você estará sofrendo por sua causa; se os outros sofrem, eles sofrem por causa deles. Ninguém sofre por causa dos outros – lembre-se disso profundamente. Somente então você será capaz de ser realmente sincero para com seu ser interior.
Se sua vida não é feliz, então, saiba que você está vivendo da maneira errada.
O sofrimento é o critério de se estar errado; e a felicidade é o critério de se estar certo - não há nenhum outro critério.
Quando você tiver tido um pequeno vislumbre de que você é o criador de sua própria miséria, será muito difícil para você, continuar a criá-la então.
É fácil viver na miséria quando você sabe que os outros a estão criando – o que fazer? Você não tem saída. Eis porque vivemos jogando ass responsabilidades nos outros.
Ninguém pode satisfazer suas expectativas; ninguém está aqui para satisfazer suas expectativas. Todo mundo está aqui para satisfazer as próprias expectativas; ninguém está aqui para satisfazer ninguém. Todo mundo está aqui para satisfazer a si mesmo, mas você espera que os outros o satisfaçam e os outros esperam que você os satisfaça. Então existe conflito, violência, luta e miséria."
Uma vez que você abandone as expectativas, você aprendeu a viver. Então tudo o que acontece o deixa satisfeito, seja o que for. Você nunca fica frustrado, simplesmente porque em primeiro lugar você não estava esperando nada. Assim, a frustração é impossível. A frustração é uma sombra da expectativa. Com o abandono da expectativa, a frustração cai por sua própria conta.”
Não fique preocupado com críticas e não se interesse por elogios. Se você estiver interessado em ser elogiado pelos outros, então você não poderá ficar sem se importar com as críticas. Permaneça à distância. Elogio ou crítica , é a mesma coisa. Sucesso ou fracasso, é a mesma coisa."

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ver é aceitar – Eu e Bhagavan


Quando estive no Oneness Temple, na India, em um dos Darshans com Bhagavan (encontros semanais que tínhamos com ele, nos quais algumas perguntas eram selecionadas para serem respondidas por ele). Eu fiz a seguinte pergunta: "Bhagavan, o que eu faço para me aceitar? E, me aceitando, devo mostrar aos outros o meu eu verdadeiro, ou posso continuar atuando como se fosse quem mostro ser hoje?" Essa pergunta teve um contexto, eu entrei em contato com minha sombra...
A resposta dele foi:
"Ver é aceitar, se você está vendo, significa que você já aceitou. O que você tem a fazer é não julgar, não tentar mudar. O conteúdo não importa, o que você viu não é importante. Você deve olhar sua vida como um expectador que assiste um filme, sem julgar. Aproveite o filme. Pois, afinal, your life is the best movie (sua vida é o melhor filme".
Izamara
Balwant jeet

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ainda sobre o amor - OSHO


A FONTE DO AMOR
"Aqueles que encontraram a fonte do amor dentro de si mesmos não têm mais necessidade de serem amados - e eles serão amados.
Eles amarão por nenhuma outra razão além de simplesmente terem muito amor - assim como uma nuvem de chuva quer chover, assim como uma flor quer desprender seu perfume, sem desejo de conseguir qualquer coisa.
A recompensa do amor está em amar, não em conseguir amor.
E estes são os mistérios da vida: se uma pessoa é recompensada simplesmente por amar, muitas a amarão, porque, por estarem em contato com ela, lentamente começarão a descobrir a fonte dentro de si mesmas.
Agora elas conhecem pelo menos uma pessoa que irradia amor e cujo amor é fruto de nenhuma necessidade.
E quanto mais ela compartilha e irradia seu amor, mais ele cresce."

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Sobre o amor

Hoje, escolhi postar sobre o amor...esse sentimento cada vez mais presente na minha vida em sua forma mais pura e essencial. Vivenciar o amor em si, essa é minha experiência atual. Quando fecho os olhos e chamo por ele, e meu coração começa a ser preenchido, e parece que meu peito vai explodir, até que todo o meu corpo se torna puro êxtase. "Eu sou consciência, existência e felicidade". Esse é meu amor atual, o amor pela vida, pelo SER, por Deus.
Mas sobre o amor, aquele que nos aborda para nos confrontar, aquele que chega para revirar,  deixo para Khalil Gibran falar, comove, arrepia e inspira. Seu livro todo é um primor, sempre que leio suas páginas, mergulho na beleza de cada palavra bem colocada.

Sobre o amor
Então disse Almitra: "Fala-nos do Amor."

E ele levantou a cabeça, olhou para o povo, e um silêncio caiu sobre eles. E com forte voz falou-lhes, dizendo:"Quando o amor vos acenar, segui-o 


ainda que seus caminhos sejam ásperos e íngremes.

E quando suas asas vos envolverem, rendam-se a ele 

ainda que a espada escondida sob suas plumas possa ferir-vos.

E quando ele vos falar, acreditai nele,

ainda que sua voz possa destroçar vossos sonhos,

como o vento norte devasta o jardim.

Pois assim como o amor vos exalta, ele também vos crucifica.

E tanto age em vosso crescimento, como em vossa poda.

E assim como ele sobe até vossa altura e acaricia vossos ramos
.
mais tenros que balançam ao sol,

também desce até vossas raízes e as sacode em seu abraço à terra.

Como feixes de messe, ele vos aperta junto de si.

E vos açoita para mostrar vossa nudez.

Ele vos peneira para separar-vos de vossas palhas.

Ele vos mói até a brancura.

Ele vos amassa até que estejais macios: E então vos destina a seu sagrada fogo, para que vos torneis a pão sagrado do sagrado banquete de Deus.

Todas essas coisas o amor fará convosco para que possais conhecer os segredos do vosso coração e com esse saber vos torneis parte do coração da vida.

Mas, se em vosso medo procurardes apenas a paz e os prazeres do amor, então será melhor para vós que cubrais vossa nudez e abandoneis a eira do amor,

Para um mundo sem estações onde ireis rir, mas não todas os vossos risos, e ireis chorar, mas não todas as vossas lágrimas.

O amor nada dá, a não ser de si mesmo e nada recebe senão de si próprio.

O amor não possui e não quer ser possuído;

Pois o amor basta-se a si mesmo.

Quando amais, não deveis dizer “Deus está em meu coração”, mas dizei antes “Eu estou no coração de Deus”.

E não penseis que possais dirigir o curso do amor, pois o amor, se vos achar dignos, dirigirá vosso curso.

O amor não tem outro desejo que não chegar à própria plenitude.

Todavia, se amardes e necessitardes ter desejos, que sejam estes vossos desejos:

De vos confundires e ser como um regato que canta sua melodia para a noite.

De conhecerdes a dor da ternura em excesso.

De seres feridos pela vossa própria compreensão do amor;

De sangrardes de boa vontade, alegremente.

Acordar ao amanhecer com o coração alado, dando graças por mais um dia de amor;

Descansar ao meio-dia e meditar sobre o êxtase do amor;

Voltar para casa ao anoitecer com gratidão;

E então adormecer com uma prece para o bem-amado no coração, e um canção de bem-aventurança nos lábios.”

Khalil Gibran - O profeta

terça-feira, 26 de junho de 2012

Meditaçao do EU SOU


O propósito desta meditação, na verdade, não é se endereçar a quem EU SOU, mas sentir quem está percebendo quem EU SOU. É perceber a Sempre-Presente-Testemunha.
Nesta meditação, você é convidado a ir para dentro da sua experiência, reconhecer quem está experienciando a experiência, entretanto, há um grande perigo aqui, pois, você é infinito dentro de você e é nulo, vazio, oco.
Se não vamos para dentro, com intenção de descansar no estado "EU SOU", podemos, simplesmente, descansar no agradável sentimento de retornar àquele tempo antes de sermos separados de nossa mãe.
Isto pode fazer da meditação um esconderijo no nada, e o que nós queremos praticar é a habilidade de reconhecer quem está percebendo o vazio. Se ficarmos no vazio, ainda fazemos dele, um objeto de pouco auto-conhecimento, um lugar no qual o pequeno sente-se seguro do mundo exterior. Nesta meditação, nós precisamos sentir o que está sendo visto neste vazio.
O verdadeiro EU SOU é sem forma, é a Essência, é o EU SOU Não-Verbal.
Encontre um lugar para sentar-se, busque acalmar o corpo e a mente. Mergulhe no seu interior, pois, este é o lugar onde você encontra seus pensamentos, sentimentos, emoções, memórias, perspectivas, impulsos e motivações. Este é o interior do seu eu presente. O interior do seu dia-a-dia.
Atrás disto, muito mais profundamente, está sua Essência.
Vagarosamente, neutralize sua percepção e solte seus pensamentos, sentimentos, emoções, memórias, perspectivas, impulsos ou motivações. Continue neutralizando e liberando-as, até você perceber... a Essência.
Respire e mergulhe, profundamente, na Essência e novamente perceba quem está percebendo a Essência do Vazio. Permita que pensamentos, sentimentos, emoções, memórias, perspectivas, impulsos ou motivações sumam. Sem pensamentos, sentimentos, emoções, memórias, perspectivas, impulsos ou motivações, quem é você? Quem é que vê o Vazio? Perceba o EU SOU Não-Verbal.
Tente não procurar ou buscar pelo que você já é. A procura e a busca são formas de se distanciar do que você é. A realização do EU SOU Não-Verbal não vem do procurar, mas de percebê-lo e conhecê-lo. Assim como você não vê seu rosto, o qual você só conhece pelo reflexo no espelho, e um reflexo que você pode distorcer, apagar e generalizar. Se buscamos pelo EU SOU Não-Verbal, nós nunca o encontraremos. Iremos somente ver a seu reflexo pelo canto do olho. Assim como Percival teve uma visão do Graal e a perdeu, e passou o resto de sua vida buscando-o, só o achando quando perguntou o que poderia curar o Rei dos Pescadores.
Nós, também, precisamos cessar nossa busca, com verdade e humildade, para perguntar o mesmo tipo de questão, que irá curar nossa cisão do espírito.
Além do pensamento, sentimento, intenção e atenção; além da motivação e do desejo, além das memórias e perspectivas; além do meu passado, presente e futuro -  Quem sou eu?
Fique retornando a esta pergunta e, vagarosamente, descanse no EU SOU Não-Verbal.
Descanse e repita o questionamento por quanto tempo você achar que deva, cuidando para não entrar no vazio. Quando estiver pronto, abra os olhos.
Com a mente aberta, veja o mundo sem seus pensamentos, sentimentos, emoções, memórias, perspectivas, impulsos ou motivações.
Cuidado com a voz do seu julgamento tentando ajudar você a entender o sentido do mundo. Apenas veja o mundo ao seu redor.
Com o coração aberto e em profunda empatia, conecte-se com o mundo ao seu redor. Cuide da voz do cinismo.
Segundo sua escolha e vontade, perceba formas alternativas de como você pode trazer mudança para o mundo. Observe a voz do medo enquanto seus pensamentos, sentimentos, emoções, memórias, perspectivas, desejos ou motivações apresentam-se e impedem a profunda conexão que, agora, você tem com a Essência/a TESTEMUNHA  EU SOU Não-Verbal.
Faça uma declaração sobre você mesmo que seja verdade, e na qual você possa identificar a afirmação:
"Sem pensamentos, sentimentos, emoções, memórias, perspectivas, desejos ou motivações, eu pretendo chegar ao mundo e a mim mesmo."
Para finalizar, faça-o de um jeito que você possa ter bons registros de suas experiências.
Fonte: Integral Alive
Tradução: Marcos Accordi
Revisão: Laila Monte
Postagem: BlogBlessolutions

segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Como é verdadeiro o fato de que basta seguirmos um ínfimo pensamento negativo para desencadearmos uma série de dúvidas e frustrações! Nossos pequenos pensamentos negativos são como um vírus, que rapidamente se multiplica e cresce, causando-nos febre e mal-estar.

É preciso manter nossa mente sob uma lente de aumento de microscópio.

Como são tantos os pensamentos que fluem em nossa mente, na maioria das vezes não nos damos conta do quanto somos invadidos por atitudes mentais destrutivas. É como a gripe: na maioria das vezes, só percebemos que estamos gripados quando começamos a nos sentir mal. Mas assim como é possível reverter um processo gripal se soubermos identificar seus menores sintomas, podemos reverter a mente negativa ao aprender a identificá-la assim que ela surgir.

Lama Gangchen Rinpoche nos ensina a reconhecer os menores sinais de mudança de nossa mente nas diversas expressões de rosto: elas refletem as nuanças de cada forma-pensamento. Para tanto, ele nos estimula a usar nossa capacidade de manter a atenção como um espelho. Isto é, se estivéssemos vendo nossa imagem 24 horas refletida num espelho, ficaríamos surpresos ao ver quantas de nossas expressões faciais não são tão belas quanto aquelas que tentamos fazer quando nos olhamos no espelho rapidamente para nos arrumar.

Se não queremos mais ter faces feias, temos que começar por admitir que costumamos fazê-las, alertou Lama Gangchen Rinpoche em seus ensinamentos.

Mas, por que fazemos faces feias? Rinpoche nos lembra que estas faces expressam nossa fome e sede interior que se agravam à medida que não fazemos nada para saciá-las! Costumamos perder mais tempo nos lamentando da fome do que gerando recursos para supri-la. Isso ocorre porque conhecemos pouco os alimentos da alma. O que torna nossa mente sutil satisfeita?

São atitudes que nutrem nosso corpo e mente sutil: orar, recitar mantras, fazer visualizações criativas, assim como mover o corpo com gestos pacíficos. Temos que admitir que nossas atitudes habituais não nos nutrem verdadeiramente, pois são o resultado de uma mente pequena que quer apenas se proteger, se defender. Mas possuímos também uma mente grande, que busca naturalmente por evolução.

Thomas Moore, em seu livro O que são almas gêmeas (Ed. Ediouro), comenta que por mais verdadeiros que sejam os problemas da vida prática, eles nunca são idênticos às preocupações da alma. Por isso, escreve: Para nos devotarmos à alma, talvez seja preciso soltar outros vínculos, e para permitir que a alma expresse sua própria intencionalidade e propósitos, talvez tenhamos que abrir mão de antigos valores e expectativas.

De fato, as exigências da alma podem nos parecer paradoxais. Por exemplo, quem não conhece o desejo de querer se libertar das atitudes baseadas no apego, como o ciúme? Apesar da alma não querer viver sob a tensão do controle, nossa mente pequena encontra apenas segurança quando controla tudo e todos...

Por isso, sentir a satisfação interior é uma tarefa difícil demais para uma mente pequena!

Lama Gangchen nos ensina a diferenciar as atitudes mentais entre uma pequena e uma grande mente. Quanto estamos sob os ditames da mente pequena, dizemo-nos: Eu não sei... eu não quero... eu não posso... Mas quando atuamos com nossa mente grande, proclamamos sem dificuldade: OK, eu posso lidar com esta situação, seja ela agradável ou não.

A mente grande não rejeita nenhuma experiência da vida. Afinal, ela não está contaminada por atitudes covardes ou indulgentes. Se passarmos a observar honestamente quantas situações podemos enfrentar se não seguirmos nossa mente pequena, ficaremos surpresos e felizes em notar que podemos fazer muito mais do que estamos habituados.
Temos que admitir que as atitudes mentais de uma mente pequena não nos nutrem verdadeiramente, pois são o resultado da insegurança. Uma mente pequena diz que não sabe, mesmo antes de se questionar. Diz que não quer, sem ter consultado seus desejo mais profundos. Baseadas na carência, são atitudes que buscam se defender sem até mesmo terem sido atacadas. Uma mente pequena é tendencialmente competitiva. Apesar de ser uma mente baseada na crença de ser excluída e solitária, não busca por união. Já a mente grande busca naturalmente evoluir, unir, comungar.

A mente pequena nutre o sofrimento, enquanto que a mente grande sabe como absorvê-lo. O sofrimento perde sua força ao passo que é reconhecido pela mente grande. Por isso, os mestres budistas nos incentivam a dialogar com o nosso sofrimento. Lama Gangchen nos fala: Deixe a sua sabedoria conversar com a sua ignorância. Dê tempo e espaço para sua sabedoria de expressar. Ela não deve ficar oprimida pela ignorância.

A agitação interior é um reflexo do movimento de uma mente pequena. Se nos determinarmos a não segui-la e, cultivarmos uma atitude de calma e a atenção, já estaremos manifestando naturalmente nossa mente grande!"


Bel Cesar é psicóloga e pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano. Trabalha com a técnica de EMDR, um método de Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares. Autora dos livros Viagem Interior ao Tibete, Morrer não se improvisa, O livro das Emoções, Mania de sofrer e recentementeO sutil desequilíbrio do estresse, todos pela editora Gaia.
Visite o Site
Email: belcesar@ajato.com.br

http://existenciaconsciente.blogspot.com.br/2012/04/o-perigo-dos-pe...

sábado, 23 de junho de 2012

"RAIVA E DESAMPARO: UMA REORGANIZAÇÃO DIVINA"


Julie Redstone - em 15 de Junho de 2012
Muitos pensam que a raiva é um instinto fundamental relacionado com o ser humano, e esta percepção é tanto correta, quanto incorreta. A raiva é uma conseqüência da necessidade do ego de criar a auto-proteção, uma vez que a proteção Divina não mais parecia estar disponível ou presente. O ego, instituído como o agente interno da autoproteção e do autocontrole, quando confrontado com o desamparo, procura recuperar o poder e o controle, através da liberação da poderosa energia da raiva, que mobiliza as defesas próprias contra um inimigo ou ameaça percebida. Neste sentido, a raiva é um agente de mobilização que tenta assegurar que se seja bem defendido e protegido dos danos.
Entretanto, a raiva como uma defesa contra o desamparo, não é a definição do que significa ser humano, exceto no nível em que o ego se presume como a autoridade sobre o que é esta definição. Enquanto as almas encarnadas evoluem durante o seu tempo na Terra, uma nova definição de “ser humano” entra em jogo, uma definição que tem mais a ver com o relacionamento com o Espírito do que com o ego. De acordo com esta transição, uma nova maneira de lidar com o desamparo precisa ser buscada, de modo que o desamparo não seja trazido ao ego como o árbitro da proteção, mas sim levado à Deus como a Fonte de proteção.
Esta transição em lidar com o desamparo redefine a base sobre a qual se encontra a raiva. Pois se o desamparo pode ser levado à Deus como a Fonte de proteção, então a raiva não tem mais base para existir. Infelizmente, ainda que simples de dizer, isto é muitas vezes difícil de fazer. Pois muitos temem abrir mão da medida de controle e da auto-capacitação que a energia da raiva oferece aparentemente. Que há um preço a pagar para o uso desta energia nem sempre é percebido, pois só se pode gerar conflito através do uso da raiva como uma defesa, e não se pode gerar a paz. E, além disto, não se pode gerar a verdadeira segurança através da raiva, pois no próximo aparecimento do medo ou do desamparo na vida, a raiva se manifestará novamente.
Por esta razão, aqueles que estão se movendo ao longo de um caminho espiritual, precisam buscar uma nova forma de lidar com o desamparo, uma maneira que permita que o desconforto e até mesmo a dor do desamparo sejam sentidos, mas que sejam sentidos dentro de um contexto sagrado de Amor Divino. Manter o desamparo em si mesmo, cria frequentemente a ansiedade, a angústia e o medo do futuro, especialmente quando as energias da oposição e da separação ampliam estes sentimentos. Este não é o caso quando se leva o desamparo à Deus, pois então se pode receber o fortalecimento que decorre de manter o desamparo no amor, em troca da dádiva da confiança, da esperança e da entrega.
Muitos, no entanto, não confiam ainda neste acordo. Eles temem o desamparo e se sentem sozinhos com ele. Eles não se lembram de como levar o desamparo à Deus e assim, eles aprovam a única defesa que eles conhecem, o que cria uma maior sensação de capacitação, ou seja, tornam-se irritados. Amados, esta defesa não é uma defesa real. É um disfarce sobre o medo, do tipo mais frágil. Pois mesmo que se esteja com raiva e em um momento seja reduzida a sensação do medo e do desamparo, no momento seguinte estes sentimentos irão retornar quando a vida se apresentar com condições semelhantes, levando a se sentir impotente novamente.
A maneira de levar o desamparo à Deus é a maneira de levar a própria dor a este Coração Divino que pode mantê-la junto ao coração humano. Ao mesmo tempo, pode-se pedir para se sentir sustentado e apoiado através da experiência, sabendo que nenhuma experiência chega ao ser que não tenha uma dádiva maior de aprendizado nela. Deve-se experienciar isto para saber a verdade disto. Muitas vezes acontece, no entanto, por causa dos anos e existências de separação percebida, que durante muito tempo não há suficiente confiança ou disposição para lidar com o desamparo de outra forma que não seja a de assumir o controle de si mesmo.
Nisto reside a escolha em relação à raiva e ao desamparo hoje, ou seja, se alguém tomará uma decisão sobre como “estar” com estes sentimentos a partir da perspectiva da alma, ou se irá escolher perspectiva do ego. A escolha do caminho da alma não é através do controle, mas através da entrega, e isto é uma escolha que cada indivíduo deve fazer, de acordo com a sua disponibilidade de liberar o controle em favor de algo muito mais vasto e seguro.
Neste momento, muitos estão enfrentando esta escolha entre o alinhamento com a alma ou com o ego humano. Quando a alma for escolhida, a raiva irá desempenhar menos e menos participação na experiência humana, enquanto o amor e o desejo da real unidade com Deus e com os outros, desempenharão um papel cada vez maior, chegando a ser o motivo dominante que reorganizará para sempre o cenário emocional interior.
Traduzido por: Regina Drumond Chichorro
Contribuição: Sonia Marli Ribas
Postagem: www.blogblessolutions.com.br

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um guerreiro da luz sempre faz algo fora do comum

"Um guerreiro da luz sempre faz algo fora do comum. Pode dançar na rua enquanto caminha para o trabalho, olhar nos olhos de um desconhecido e falar de amor à primeira vista, defender uma ideia que pode parecer ridícula. Os guerreiros da luz se permitem tais dias.
Ele não tem medo de chorar mágoas antigas, ou alegrar-se com novas descobertas. Quando sente que chegou a hora, larga tudo e parte para sua aventura tão sonhada. Quando entende que está no limite de sua resistência, sai do combate, sem culpar-se por ter feito uma ou duas loucuras inesperadas.
Um guerreiro não passa seus dias tentando representar o papel que os outros escolheram para ele."
Manual do Guerreiro da Luz - Paulo Coelho

São pequenas loucuras que enchem a vida de cor, permitir o inusitado, saborear o inesperado.
Abraçar uma árvore. Pisar folhas secas. Correr ouvindo mantra. Dançar no meio da corrida. Mexer com quem passa na rua e se esconder. Esconder chocolate no armário pra não ter que dividir. Dançar sozinho em casa. Fazer coreografias ridículas. Cantar sem se preocupar com a afinação. Ser cúmplice de si mesmo. Rir de si mesmo. Gostar de si mesmo. Se respeitar e se tratar com muito respeito, com muito carinho. E que a vida possa ser celebrada em cada experiência, no olhar o brilho da paixão.
E que seus olhos possam ser sensíveis à beleza que te cerca.
E que sua boca possa ser sensível ao sabor que a visita.
E que seu ouvido possa ser sensível ao som que o acaricia.
E que seu nariz possa ser sensível ao aroma que o instiga
E que seu toque possa ser sensível à textura que experimenta.

"Se for um problema, precisa ser eliminado"


"Certo dia num mosteiro zen-budista, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O grande Mestre convocou, então, todos os discípulos para determinar quem seria o novo sentinela. O Mestre, com muita tranquilidade, falou:
- Assumirá o posto o primeiro monge que resolver o problema que vou apresentar.
 Então, ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo e disse apenas:
 - Aqui está o problema!
 Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro. O que representaria?! O que fazer?! Qual o enigma?! Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e???
 ZAPT!! destruiu tudo, com um só golpe. Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse:
 - Você será o novo Guardião do Castelo.
 MORAL DA HISTÓRIA:
 Não importa qual o problema. Nem que seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado. Um problema é um problema. Mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou.
 Por mais lindo que seja ou, tenha sido, se não existir mais sentido para ele em sua vida, tem que ser suprimido. Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam um espaço inútil em seus corações e mentes. Espaço esse indispensável para recriar a vida."
Desconheço o autor

quarta-feira, 20 de junho de 2012

SUA VIDA É CONTROLADA PELO SEU PROGRAMA...

"Seu programa vem de vidas passadas, do momento da concepção, do que aconteceu no útero, de como foi seu parto, [do que ocorreu] nas primeiras seis horas e até o momento em que o Eu nasceu - aquela sensação de separação.
Esse é o programa. Isso e apenas isso se torna sua vida: quanto dinheiro você vai ganhar, qual a doença que você vai ter, quais os eventos que acontecem em sua vida, com quem você vai casar, quantos filhos [vai ter], como sua vida de casado será.
Tudo é controlado por este programa.
Se temos de mudar sua vida, temos de mudar o programa e existem muitas maneiras de mudá-lo. Uma delas é você ir diretamente para o útero ou para vidas passadas [....]. A outra é você praticar a integridade interior; automaticamente esses problemas serão corrigidos."
(Sri Bhagavan falando sobre “Como a integridade interior ajuda na vida?”, World Oneness TV, em 30 de maio de 2010)
E o que é integridade interior?
"Integridade interior é uma ferramenta para ver o que está acontecendo dentro de nós"
Sem julgar, sem condenar, sem oferecer explicações. É só ver o que está acontecendo como um expectador que meramente observa a cena sem se envolver.
"Quando você vai para dentro, descobre que existem coisas terríveis lá - medo, desejo, raiva, ciúme, inveja... Não há amor, não há nenhuma conexão. Você pode não gostar do que vê, mas deve continuar a olhar.
Então você vai descobrir que o que está lá não é só em você, mas em cada mente humana, e que sempre foi assim desde que o homem veio ao planeta. Você vai descobrir que estes são aspectos da mente humana e tem sido assim há milênios. A mente não mudou - antes era medo do tigre, agora é do mercado financeiro por exemplo.
Então você descobre que não há mudança possível. Quando a impossibilidade de mudança o golpeia, sua mente se cala. E sem esforço, sem energia, você encontra muito naturalmente a aceitação, seguida por amor, e muito em breve, seguida pela presença." (Sri Bhagavan,Conference Call com Itália, 28.11.2009)
Como desenvolver a integridade interior?
Ninguém quer olhar para seu lado negro, ou lado sombra, como alguns denominam os aspectos obscuros da natureza humana. Portanto a integridade interior pode não ser tão simples no início. Bhagavan ensina a começarmos observando nosso corpo físico, as sensações do nosso corpo físico. Em seguida, passamos a observar nossas emoções, nossos padrões, nossos comportamentos e nossas reações. Você pode observar, inclusive, a resistência à idéia de observar. Observar sempre, esse é o segredo da integridade interior.

terça-feira, 19 de junho de 2012

"Você existe com relação ao outro"


"Basicamente, aquele que não está desperto vive em estado de insegurança. Ele/ela se agarram a outra pessoa para ganhar a (falsa}segurança. Você está se segurando naquela parte de si mesmo, criada por esse relacionamento. Isso não significa que você ame, goste ou desgoste daquela pessoa. Aquela pessoa não importante...apenas você é importante naquele relacionamento. Quando uma pessoa te machuca, aquela falsa segurança se quebra. Peça a seu Divino que te ajude e te libere do sofrimento....graças a todos vocês" Vikram ji - Oneness University
O estado de desperto que Vikram fala é o estado de consciência no qual o processo de identificação com a mente cessa e, consequentemente, você se libera do sofrimento. Costumo sempre comparar com o que acontece no filme "Matrix", funcionamos sob o controle do programa e quando conseguimos separar o que é o programa do que somos realmente, nos libertamos e passamos a viver de verdade.
Essa mensagem do Vikram foi o fechamento da contemplação que me acompanha desde o início desta semana. Comecei a semana com o ensinamento de Bhagavan "Você existe com relação ao outro", em seguida, me veio aquela sentença que adorava quando era adolescente "Gosto de você e gosto do que sou quando estou com você". De repente, como acontece nos "insights", tudo se conectou e eu percebi meus relacionamentos. Percebi que as pessoas que eu dizia não gostar eram aquelas que despertavam em mim uma sensação desagradável, ou que, em prol do fluir da relação, eu tivesse que lançar mão de um personagem no qual não me sentia confortável. Por outro lado, as pessoas que mais amo são aquelas que despertam o meu lado que mais gosto. Finalmente, tive a percepção (e não somente o conhecimento intelectual} do que tantos mestres já ensinaram, tudo está em mim, todo sofrimento, toda tristeza, todo incômodo, assim como, toda felicidade e toda paz. Enquanto estiver olhando para o outro e depositando nele a culpa ou responsabilidade pela tristeza ou felicidade, o resultando será o boicote ao crescimento e o adiamento do despertar. Olhemos cada um pra si....

domingo, 17 de junho de 2012

Osho - O Problema é um Tônico para o Ego

"O ego não se sente bem, à vontade, com montículos; ele quer montanhas. Mesmo se isso for uma miséria, não deve ser um montículo, deve ser um Everest. Mesmo que isso seja miserável, o ego não quer ser ordinariamente miserável; ele quer ser extraordinariamente miserável.


As pessoas continuam sempre criando grandes problemas do nada. Eu tenho conversado com milhares de pessoas sobre os problemas delas e realmente não encontrei ainda um problema real! Todos os problemas são falsos – você os cria porque sem problemas você se sente vazio. Não há nada para fazer, nada com o que lutar, nenhum lugar para ir. As pessoas vão de um guru para outro, de um mestre para outro, de um psicanalista para outro, de um grupo de encontros para outro, porque se não forem, eles se sentem vazios e subitamente, sentem que a vida é insignificante. Você cria os problemas para que você possa sentir que a vida é um grande trabalho, um crescimento, e que você precisa lutar muito.
O ego só pode existir quando existe luta, lembre-se – quando ele luta. E se lhe digo, ‘Mate três moscas e você ficará iluminado, você não irá acreditar em mim. Você dirá, ‘Três moscas? Isso não parece muito. E ficarei iluminado? Isso não parece ser inverossímil. Se eu disser que você terá que matar setecentos leões, é claro que isso parece mais! Quanto maior o problema maior o desafio...E com o desafio surge seu ego, ele paira nas alturas. Você cria os problemas. Eles não existem.
Os padres, os psicanalistas e os gurus – eles estão felizes porque todo o negócio deles existe por sua causa. Se você não criar montículos do nada e você não transformar seus montículos em montanhas, qual o sentido de gurus lhe ajudarem? Primeiro você precisa estar na condição de ser auxiliado.
Os mestres verdadeiros dizem outra coisa. Eles dizem, “Por favor, vejam o que você está fazendo, que bobagem você está fazendo. Primeiro você cria um problema, depois você vai em busca de uma solução. Apenas veja que você está criando o problema, exatamente no princípio, quando você estiver criando o problema, essa é a solução – não o crie!” Mas isso não lhe agradará porque então você está subitamente voltando para si mesmo. Nada para fazer? Nada de iluminação? Nada de satori? Nada de samadhi? E você está profundamente cansado, vazio, tentando preencher-se com qualquer coisa.
Você não tem nenhum problema; somente isso precisa ser entendido. Agora mesmo você pode deixar todos os problemas porque eles são criações suas. Dê outra olhada nos seus problemas: quanto mais profundamente você olhar, menores eles parecerão. Continue olhando para eles e aos poucos, eles começarão a desaparecer. Prossiga olhando e subitamente você descobrirá que há uma vacuidade... Uma bela vacuidade lhe cerca. Nada para fazer, nada para ser, porque você já é isso.
Iluminação não é algo a ser alcançado, é somente para ser vivido. Quando digo que alcancei a iluminação, estou simplesmente dizendo que decidi viver isso. Já chega! E desde então tenho vivido-a. É uma decisão de que agora toda essa besteira de criar problemas e encontrar soluções acabou.
Toda essa bobagem é um jogo que você está jogando consigo mesmo: você mesmo está escondendo e você mesmo está procurando, você é ambas as partes. E vocês sabem disso! Eis porque quando digo isso vocês riem, dão risadas. Não estou falando sobre alguma coisa ridícula; vocês o compreendem. Vocês estão rindo de si mesmos. Apenas observem a si mesmos rindo, apenas olhem para seus próprios sorrisos; vocês o compreendem! Isso tem que ser assim porque é seu próprio jogo: você está escondendo e esperando que você mesmo seja capaz de procurar e encontrar a si mesmo.
Você pode encontrar a si mesmo agora porque é você que está escondendo. Eis porque os mestres Zen prosseguem batendo. Sempre quando alguém chega e diz, “Eu gostaria de ser um Buda”, o mestre fica muito zangado. Porque ele está pedindo uma bobagem, ele é um Buda. Se Buda chegar para mim e perguntar como ser um Buda, que devo fazer? Irei bater na cabeça dele. “A quem você pensa que está enganando? Você é um Buda!”
Não crie problemas desnecessários para você. E o entendimento descerá sobre você se você observar como você torna um problema cada vez maior, como você o engendra, e como você ajuda a roda a girar cada vez mais rápido. Assim de repente, você está no topo da sua miséria e você está necessitando da simpatia do mundo inteiro.
O ego precisa de problemas. Se você compreender isso, na própria compreensão as montanhas viram montículos novamente, e então os montículos também desaparecem. Subitamente há vacuidade, pura vacuidade por toda parte. Isso é tudo o que a iluminação é – um profundo entendimento de que problemas não existem. Assim, sem nenhum problema para resolver, o que você vai fazer? Imediatamente você começa a viver. Você irá comer, irá dormir, irá amar, irá bater papo, irá cantar, irá dançar. O que tem mais para fazer? Você se tornou um deus, você começou a viver!
Se as pessoas pudessem dançar um pouco mais, cantar um pouco mais, serem um pouco mais malucas, a energia delas estaria fluindo mais, e os problemas delas irão desaparecer aos poucos. Daí eu insistir tanto na dança. Dance até o orgasmo; deixe que toda a energia se torne dança e subitamente, você verá que você não tem nenhuma cabeça. A energia presa na cabeça se move ao redor, criando belos padrões, pinturas, movimentos. E quando você dança chega um momento que o seu corpo não é mais uma coisa rígida, se torna flexível, fluido. Quando você dança chega um momento quando sua fronteira não está mais tão clara; você se funde e se dissolve com o cosmos, as fronteiras ficam misturadas. Assim você não cria qualquer problema.
Viva, dance, coma, durma, faça as coisas tão totalmente quanto possível. E lembre-se sempre: quando você flagrar a si mesmo criando algum problema, dê o fora dele, imediatamente." Osho, Extraído de: Ancient Music in the Pines